e foi. foram repetidas vezes de encontros alegres. momentos bons. memórias que eu não seria capaz de esquecer ou desvincular, principalmente agora num momento final.
mas acho que caí em mim percebendo aquilo que eu já sabia, mas preferia não contar pra não atrapalhar os pequenos planos e breves respiros pacíficos amorosos. nunca vi um sentimento bom como esse que cresceu chegar, mas de tão grande que ficou atravessou ruas, pediu carona e tomou seu rumo. percebeu que era gente e que queria ser amor.
prestes a cruzar a ponte, resolveu verificar se a construção era forte o bastante para ser atravessada. dos mistérios misteriosos que se escondem nas entrelinhas não se decidiu por um caminho, e ao não fazê-lo, fez desta uma decisão.
dúvidas são capciosas. interessantes de se observar à distância, mas perigosas para se carregar por tanto tempo sem saber o que se encontra na mala. há de haver um jeito de acelerar o esquecimento, mas pela minha experiência, esses movimentos forçados nunca funcionam como queremos. eles têm na verdade um efeito oposto.
o amargo do fim enfim se mistura com as lembranças doces e essa combinação é, no mínimo, algo a se propor para o corpo.
se entregar torna-se cada vez mais difícil pra mim, como se eu não soubesse um caminho de volta e pelo sim, pelo não, talvez fosse melhor nem percorrê-lo afinal de contas. mas entre os achados e perdidos que se encontram, o amor há de ser maior alguma vez.
prevejo tempos de espera e esperança à vista.
- janeiro, 2023.
--------------------------------------------------------------
Comentários
Postar um comentário
qual foi a última coisa que você comeu?