Desde os 6 anos, sempre vi a morte perto demais. Nada de substancial me aconteceu nesta idade ou no restante dos anos em relação ao assunto, mas sempre senti que era questão de tempo, mesmo que o tempo em questão acontecesse somente dentro da minha cabeça.
Assim como uma grande amiga, não sei direito o que é intuição e o que é medo. Frequentemente, essas duas linhas se cruzam e eu não consigo distingui-las muito bem. Pelo sim, pelo não, tento ignorar.
Mas sempre imagino que aquela é a exceção da regra quase impraticável que se pratica na minha mente. Vai acontecer, eu sinto, tenho certeza. E nada de ruim acontece. Por mais que eu pense, repense e, de longe, vibre com isso.
Não me leve a mal, não torço para que coisas ruins aconteçam, muito menos para que eu esteja certa, não tenho tanto apego à razão, como pudemos ver em todas as linhas acima. Eu apenas minto para mim mesma e me acredito até que a vida se prove contrária.
E para minha angústia, mas felicidade, ela sempre se prova. E eu aprovo seu resultado, mas não sou a favor do caminho que levo para que absolutamente nada aconteça. Atravesso os carros e carretas na frente dos bois e ali fico. Horas, dias, semanas. Sempre me lembrando de me distrair.
E é por isso que evito tanto o pensamento, porque ele me traz para essa dinâmica tortuosa de me fazer sofrer pelo que não acontece, mas pelo que meu coração jura que até já aconteceu.
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