E, de repente, eu sabia porque eu era como era.
Enquanto ouvia minha mãe aprendendo um novo jeito de costurar o tapete e o meu pai com sua sagrada vídeo aula sobre o que quer que tivesse a ver com impostos, eu entendi.
Como seres humanos que talvez fossem assim de natureza e, se não é o caso, não sei direito com quem começou, a questão é que seres humanos que conviveram por muitos anos juntos adquirem costumes interessantes.
Éramos viciados em aprender e estarmos ocupados.
Assim como nós, não sei se os vícios surgiram juntos ou se eles coexistiam um ajudando o outro a se manter.
Meu irmão não entendia essa nossa vontade estranha de ficar sozinho estando junto, cada qual com seu mundo.
Era raro quando ele se entretinha com algo sem que houvesse alguém pra assistir. Suas descobertas precisavam de plateia, enquanto que as nossas necessitavam de silêncio para serem admiradas.
Ele olhava a quantidade de vozes e sons que cercavam cada um e sem entender, passou a observar.
Entrava sem dizer nada como quem dá uma passadinha só pra sentir o tempo. E quando olhávamos para o lado, ele já não estava mais lá.
Nunca comentava sobre o que descobria, mas ia acumulando conhecimentos, teorias e histórias. Quanto mais dúvidas apareciam, mais tempo ele se dedicava a entender quem nós éramos.
Ele nos estudava, justamente porque éramos diferentes dele.
Quando enfim decidiu compartilhar conosco suas anotações sobre o que havia descoberto sobre nós, ficou intrigado.
Nós já havíamos mudado. Não éramos mais as mesmas pessoas que ele havia estudado.
Ao invés de sentir que seu trabalho havia sido em vão, ele abriu um grande sorriso.
Seu trabalho duraria a vida toda ou melhor, enquanto nós permanecêssemos vivos.
E como não tínhamos intenção de ir a qualquer lugar.
Ele permaneceria conosco ocupado e aprendendo sobre quem nós éramos naquele momento.
Meu irmão não era tão diferente de nós, afinal.
Enquanto ouvia minha mãe aprendendo um novo jeito de costurar o tapete e o meu pai com sua sagrada vídeo aula sobre o que quer que tivesse a ver com impostos, eu entendi.
Como seres humanos que talvez fossem assim de natureza e, se não é o caso, não sei direito com quem começou, a questão é que seres humanos que conviveram por muitos anos juntos adquirem costumes interessantes.
Éramos viciados em aprender e estarmos ocupados.
Assim como nós, não sei se os vícios surgiram juntos ou se eles coexistiam um ajudando o outro a se manter.
Meu irmão não entendia essa nossa vontade estranha de ficar sozinho estando junto, cada qual com seu mundo.
Era raro quando ele se entretinha com algo sem que houvesse alguém pra assistir. Suas descobertas precisavam de plateia, enquanto que as nossas necessitavam de silêncio para serem admiradas.
Ele olhava a quantidade de vozes e sons que cercavam cada um e sem entender, passou a observar.
Guardava em sua cabeça nossos jeitos e manias.
Entrava sem dizer nada como quem dá uma passadinha só pra sentir o tempo. E quando olhávamos para o lado, ele já não estava mais lá.
Nunca comentava sobre o que descobria, mas ia acumulando conhecimentos, teorias e histórias. Quanto mais dúvidas apareciam, mais tempo ele se dedicava a entender quem nós éramos.
Diferente de outros familiares, ele não queria nos entender para saber mais sobre si mesmo.
Ele nos estudava, justamente porque éramos diferentes dele.
Nos tornamos sua colônia de estudo mais bem-sucedida. E ele, o estudioso que mais sabia sobre a nossa família. Nenhum outro observador chegou tão perto como ele.
Quando enfim decidiu compartilhar conosco suas anotações sobre o que havia descoberto sobre nós, ficou intrigado.
Nós já havíamos mudado. Não éramos mais as mesmas pessoas que ele havia estudado.
Ao invés de sentir que seu trabalho havia sido em vão, ele abriu um grande sorriso.
Seu trabalho duraria a vida toda ou melhor, enquanto nós permanecêssemos vivos.
E como não tínhamos intenção de ir a qualquer lugar.
Ele permaneceria conosco ocupado e aprendendo sobre quem nós éramos naquele momento.
Meu irmão não era tão diferente de nós, afinal.
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