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(Nó)s.

Nunca escrevi sobre nós.

Já escrevi sobre você. E infinitas vezes sobre mim mesma quando te pensava como escolha certa. 

Mas nunca senti segurança o suficiente pra escrever sobre o que deixamos de ter. Você me plantou dúvidas desde o início e eu acabei nunca acreditando em nada que pudesse surgir dali. Passei tempos desconsiderando o que eu sentia. Mandando o frio na barriga calar a boca e o sorriso que involuntariamente aparecia quando você chegava ir embora. 

De meses em meses, nos conhecíamos de volta. Mas sempre fiz questão de me lembrar que só éramos troca naquele momento. Eu repetia pra mim mesma e para quem perguntasse "somos apenas amigos". Mas hoje confesso, no fundo nunca foi assim pra mim. 

Você sempre foi possibilidade. Eu costumava achar que era o timing, hoje vejo que é a gente mesmo. Somos opostos complementares e eu não tô falando de signo. Pela primeira vez, tô falando de você e de mim, num mesmo texto. 

Na minha cabeça, nós somos espelhos um do outro. Você não cai nos disfarces que eu uso e consegue me mostrar tantas partes minhas que evito ver que dá um medo. O que você diz não é senso comum e me faz querer escutar mais do que falar (apesar de eu também fazê-lo bastante). 

Essa energia que eu sinto desde o dia em que eu botei o olho em você, mesmo sem saber que você era você, é um negócio estranho. Mas talvez tenhamos levado isso pro lado errado. Porque quando fomos nós, eu não fui eu e eu odiei cada parte disso. Quando estivemos juntos, entrei num colapso que hoje luto pra sair. 

Sinto falta das nossas conversas sem pé nem cabeça e de andar noite afora contando histórias, mas não tenho vontade de reviver, pois eu ia me distrair. Não com seis horas de conversa, mas com o que eu ia fazer comigo depois. 

Hoje te vejo e te desconheço, mas a parte boa é que o coração nem diz mais nada. Talvez seja porque eu estou mais perto de mim mesma do que nunca e, por consequência, me encontro distante de todo mundo. Ninguém entra, porque não quero que a minha essência saia e se esconda por aí.

Você foi algo dolorido porque nunca me deu resposta. Tudo foi sobre você. O que você queria e quando queria. Você lutou pela sua vontade, mas eu abdiquei da minha. Nunca nos escrevi, mas te criei de jeitos que você nunca conseguiria alcançar.

Mas como eu disse, você foi espelho, me fez ver uma versão minha que hoje já não existe mais.
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Foto e Texto: Carol Chagas

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