Conheci em 2018 a dona do álbum "Sinto muito" e devo dizer que foi amor á primeira vista pelos seus desamores.
Dizem que é Pop, mas me parece reducionista demais classificá-la assim. Pernambucana, Duda leva o sentir em forma de prosa direto pro ouvido da gente. Ela sofre, se questiona, lamenta, relembra com bom humor seus casos. E nós sentimos tudo com ela.
Suas canções mostram uma mulher deslocada de seu tempo atual. Que se entrega demais nas relações que hoje vemos serem cada vez mais rasas. Duda conta histórias, como se estivéssemos numa mesa de bar. E devo dizer que os aspectos técnicos de suas músicas nos levam para um lugar inventado dentro dela.
Até mesmo para outra década. O que só faz a gente mergulhar ainda mais no passado. Conheci Duda por meio de Bixinho e ainda a vejo como uma das canções mais verão que já conheci.
O ritmo acelerado nos lembra calor e energia e não só por isso, também lembra a estação como um espaço criado em que o impulso fala mais alto e a gente mais faz do que pensa, como se fôssemos arrastados sem nem direito de escolha.
Duda define a paixão em várias faixas, mas a que ela melhor explica é quando a compara a euforia em Bédi Beat "E eu vivia à flor da pele nem percebia, que das vezes que eu ria era vontade de chorar".
Todas as composições são únicas e seguem cada uma um tema, um sentimento, uma história e uma produção diferente. Mas quando você observa o conjunto da obra, percebe que "Sinto Muito" fala sobre uma coisa só.
Amor.
Sobre como o conhecemos, nos entregamos e o que fazemos com ele quando todo mundo vai embora.
As músicas de Duda Beat são para os que sentem demais sem ver um mal nisso. É ser leveza mesmo que a gente sinta mais do que todo mundo naquele cômodo. Ela grita que é emocional pra todo mundo ouvir e não existe um peso nessa constatação. É apenas como ela é.
"Sinto Muito" dá permissão pra gente ser vulnerável sem pedir desculpas.
--------------------------------------------------------------
Comentários
Postar um comentário
qual foi a última coisa que você comeu?