Eu poderia estar fazendo meu trabalho (que inclusive, é pra amanhã), limpando minha casa ou fazendo qualquer outra coisa que não fosse procrastinar. Poderia estar dando uma volta na cidade ou ajudando uma amiga com problemas. Mas só porque eu tenho a possibilidade de fazer essas coisas, não quer dizer que eu queira fazê-las.
Talvez eu só queira chorar de saudade antecipada da minha (agora ex-)vizinha que acabou de mudar de cidade. Ou ir ao lago e ficar deitada na grama a tarde toda. Talvez eu queira ser 100% sincera com todo mundo ao meu redor pelos próximos 20 minutos. Mas só porque eu quero fazer tudo isso, não significa que eu possa.
Quando a gente se muda para um lugar novo, imagina que a melhor coisa disso tudo é se descobrir. Conhecer cada partezinha possível de ser descoberta do teu ser. E o resultado disso tudo é maravilhoso. Mas o processo não é incrível o tempo todo. Ele tem seus altos e baixos, como tudo na vida.
Experimentar coisas diferentes do teu mundo é ótimo, mas sentir que essas experiências não preenchem o teu vazio não é muito legal. Talvez seja o fim do semestre ou aquela famigerada sensação de final do ano mesmo. Só sei que o mundo parece ter dobrado de tamanho, enquanto que as minhas costas permaneceram com a mesma medida.
Aquele sentimento de reflexão sobre a vida não passa e eu nem sei se a culpa é do mês de dezembro ou minha mesmo. Tenho odiado essa minha mania de querer analisar tudo o tempo todo mais do que nunca.
Parte de mim só queria que o tempo parasse por um instante maior do que as horas em que estamos dormindo. Seria possível que tudo fosse envolvido em um grande botão de "pause"? Não por muito tempo, mas só durante alguns dias.
Queria mergulhar naquilo que já fui e me tornar aquilo que ainda não sou com mais facilidade. Eu já conheço de cor o blá blá blá de que a jornada é o que realmente importa. Mas você também não tem vontade de receber um grande spoiler de que tudo vai dar certo?
Essa incerteza é maravilhosa e faz a gente continuar no caminho, mas por vezes ela é extremamente irritante. Quem é curioso, sabe do que eu tô falando. Entende essa vontadezinha de olhar a última página do livro antes de lê-lo inteiro ou de procurar o final de uma série de 9 temporadas enquanto você ainda está na quarta.
Talvez a solução para todas essas dúvidas seja a tão procurada maturidade. Entender que você nem sempre vai conseguir o que quer, seja ler o spoiler sobre a tua vida ou ser completamente sincera sem censura com todo mundo. E perceber que isso não é o fim do mundo. Nem do seu, nem do de ninguém. É apenas mais uma coisa com a qual você terá de lidar.
- Mais um texto em que eu me perdi completamente no que estava dizendo. Perdoem os envolvidos.
Texto: Carol Chagas
Foto: We Heart It
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