Menos contatinhos, mais gente de verdade. |
Toda vez que algo novo entra na sua vida, algo antigo sai dela. Boatos de que o nosso espaço é limitado e não podemos levar tudo que encontramos por aí pra dentro de nós durante muito tempo. Por mais que a gente ache que dá pra carregar todas as pessoas do mundo nas costas, ou pior no coração, é impossível realizar essa proeza. E em algum momento a gente percebe.
Nós não gostamos de pessoas de uma forma igual. Algumas fazem a nossa respiração acelerar com o olhar, enquanto outras apenas nos dão cócegas. O tempo muda e os papéis trocam a qualquer momento. Mas algo não muda: o orgulho. Ou o ego, como você preferir.
Muitas vezes só queremos tapar um buraco, sabe? Tentar encaixar um quebra-cabeça qualquer porque o vazio dentro da gente parece fazer um eco maior do que podemos aguentar. Não significa que somos pessoas ruins, mas sim que não sabemos lidar com aquilo que há de errado em nossa vida.
Quando fazemos isso com alguém, a culpa até chega na nossa consciência, mas a gente prefere evitá-la, pois geralmente, quando a sentimos, é porque o buraco está tampado com o calçado de número certo. Mas quando a situação é inversa, mesmo que estivéssemos encaixando o nosso vazio no de outro alguém, e a pessoa sai dali, dói.
Dói porque precisamos enfrentar aquilo que estávamos tentando não encarar. Seja uma versão irreconhecível sua ou a solidão que assola a tua vida em algumas horas do dia. Dói porque a gente sente o cheiro da rejeição de longe. Ou porque somos obrigados a procurar um novo meio ou um novo alguém para nos distrairmos.
Se tem algo que eu desejo para 2017 é menos distrações. Mais vida de verdade, sabe? Quero que o motivo para cruzar a próxima esquina seja a minha vontade de descobri-la e não o fato de eu querer fugir de alguém ou pior, de mim mesma.
Quero aprender a aceitar não só o lado bom, mas o ruim da minha personalidade. E ficar bem com isso. Sem que eu precise correr atrás do próximo pedaço de possível futuro que bater na porta do meu whatsapp ou messenger.
Quero uma vida mais minha. Quero dizer adeus á tudo aquilo que não consegui ser durante 2016, á todos os nãos. Sei que muita gente não acredita nesse blá blá blá de ano novo, mas eu quero acreditar. Que posso (e vou) ser melhor do que sou agora. E que por consequência, se eu posso, o mundo também pode ser. Vamos fazer do novo ano realmente algo novo?
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