Eu sempre gostei de ficar sozinha. Desde criança, eu dava mil pulinhos de alegria quando tinha a casa só pra mim. Isso significava ter algumas horas pra poder falar em voz alta, bater um papo cabeça com o meu cachorro e ouvir músicas constrangedoras no último volume (um bj ex-vizinhos).
E se eu estivesse meio deprê, o choro também era liberado, já que ninguém ia perguntar o porquê de o meu rosto estar vermelho. Os meus momentos de solidão eram recheados de felicidade.
Eu tinha o melhor dos dois mundos: podia ter algumas horinhas de solidão, mas também tinha aquela companhia marota nas horas solitárias não tão legais assim (leia-se domingo, o dia da semana em que todas as pessoas do universo não fazem nada).
O irônico é que quando você começa a morar sozinha, esses momentos que eram tão incríveis deixam de ser especiais. Deixam, porque talvez acabem competindo com tarefas não tão agradáveis assim de serem feitas, mas que precisam ser resolvidas. E pasme: você está sozinho para dar conta delas.
É claro que é ótimo fazer brigadeiro ás duas da manhã depois de passar horas jogando no computador ou limpar a casa de madrugada simplesmente porque você está afim. Isso tudo é bem bacana, não vou mentir.
Mas de vez em quando, bate um cansaço. Principalmente quando você tem vontade de escrever aquele textão sobre as várias coisas que está vivendo, mas não consegue sentar sossegada na cadeira porque logo vem a culpa. De não estar lendo os infinitos textos pra faculdade, lavando a roupa, a louça, limpando a casa ou arrumando a cama.
É como se o meu coraçãozinho só quisesse desabafar um pouquinho sobre a vida, mas a cabeça não deixasse por achar que eu poderia estar fazendo algo mais útil com meu tempo. Acho que essa falta de paz causada pelo meu monstrinho é a responsável pelas minhas noites mal dormidas.
Tenho dormido tarde (pq convenhamos, não consigo sentir sono cedo) e acordado cedo, culpada por não ter feito tudo que eu precisava fazer no dia anterior. E é esse estranho ciclo (cuja existência só me dei conta agora ao escrever esse texto) que tem sido a minha vida nos últimos tempos.
Apesar desse mini desabafo (que talvez nem devesse estar no blog, mas sim em uma agenda qualquer), eu gosto de morar sozinha. Os domingos são difíceis? Bastante. Ás vezes dá vontade de ir pra casa de alguém só pra não olhar pra minha bagunça? Sim, o tempo todo.
Mas tentar me manter viva, alimentada e em uma casa arrumada tem me feito crescer. Me organizar entre tarefas domésticas, estudar, sair e me dedicar a projetos na faculdade faz com que eu me sinta desafiada o tempo todo. Nele, eu fico presa num jogo de tabuleiro que dura 24h e tenho como objetivo fazer o tempo render ao máximo.
E olha, por mais que de vez em quando eu tenha vontade de trocar GTA por esse jogo da vida, confesso que tenho amado cada partida.
Texto e Foto: Carol Chagas
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Oi Carol! Tudo bem? Adorei o seu texto. Me lembrou uma reflexão de um filme chamado Into the Wild. Se não assistiu, por favor, assista! =D
ResponderExcluirA reflexão no filme é: "A verdadeira felicidade é quando compartilhada."
Ou seja, é possível sermos felizes com nós mesmos, porém quando essa felicidade é compartilhada, torna-se VERDADEIRA.
Tenha uma boa semana!
Oi Francielle! Eu já ouvi falar de Into the Wild, mas não fazia ideia da sua reflexão, confesso que ao saber, fiquei com mais vontade de vê-lo.
ExcluirE concordo totalmente com ela, não podemos ser felizes completamente sozinhos (isto é, sem família e amigos, ou sem qualquer serumaninho com quem possamos compartilhar nossos pensamentos).
Obrigada por comentar aqui e me indicar o filme, adoro quando me indicam coisas! Boa semana pra ti também :)