Já sentiu como se estivesse no lugar errado, fazendo escolhas e estando com pessoas erradas? A gente sempre diz que quer encontrar a felicidade. Mas como a reconhecemos? Antes, durante ou depois? Ou melhor, como nos prendemos a ela?
Sim, eu sei que são muitas perguntas. Talvez seja o horário, a chuva ou essa época do ano. Dizem que em dezembro tudo acontece. A ficha cai, as pessoas agem e o vento muda. É quase como se a mudança de estação e de idade da Terra fizesse a gente sair correndo atrás do tempo perdido. Mas será que ele foi perdido mesmo?
Quer dizer, eu sou daquelas que sempre cita com orgulho o discurso clichê de "tudo é experiência". Mas será que a gente sempre aprende? Parte de mim acredita que sim, já a outra insiste que em alguns casos, acabamos insistindo mais do que o necessário em erros.
Talvez nunca estejamos prontos. Por mais que a gente assopre as velas e comemore mais um ano de vida, talvez isso nunca suma. Essa sensação de que podemos estragar tudo com palavras, gestos e atitudes.
Soa exaustivo. Dá uma vontadezinha de se infiltrar numa cultura totalmente diferente da nossa só para se perder, se esquecer de si um pouco. E ao mesmo tempo, se descobrir de verdade, ao invés de de ter alguém do seu lado te lembrando quem você deveria ser.
Talvez esta seja a felicidade distorcida que todos procuram. Essa coisa de sempre aprender algo sobre nós mesmos e sobre o mundo. Isso explica porque mesmo quando temos uma experiência ruim consideramos como algo bom. Já que aprendemos: sobre o que não gostamos, queremos ou desejamos nos submeter novamente.
De vez em quando a nossa máscara cai, a gente acaba saindo daquele espiral de perfeição que construímos para os outros e nos enxergamos como somos. Bagunçados, excêntricos e errados. Totalmente errados.
Somos influenciados por diversos fatores, alguns deles até nos são invisíveis. E como a gente lida com o que não consegue perceber? Confesso que não sei como terminar esse texto. Geralmente termino meus parágrafos com minhas perguntas respondidas, mas parece que dessa vez elas se multiplicaram.
Deixo minhas reticências como final. Não só para a crônica, mas também para essa ideia de que sempre precisamos saber o que estamos fazendo. Muitas vezes não sabemos e está tudo bem.
Se tudo vira aprendizado, errar não parece mais tão errado assim. Mesmo que esses erros nos levem para onde começamos, nós não somos as mesmas pessoas. Talvez o início seja a resposta que eu estava procurando. O lugar propício para recomeços.
Texto: Carol Chagas
Foto: We Heart It
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