O ódio está em todos os lugares. Ele é direcionado ao cara que fura a sua fila, rouba seu celular e tira a sua vida. Esse sentimento não é restrito a uma cor, religião ou etnia. Ele existe dentro de nós e infelizmente, de vez em quando acaba sendo desencadeado.
Como uma arma que é disparada com mais facilidade do que deveria, esse estranho gatilho pode transformar as pessoas de uma forma que, muitas delas se tornam irreconhecíveis. Da água para o vinho, do preto para o branco.
Raul já dizia que todos somos uma metamorfose ambulante. E se isso é verdade, o melhor seria que prestássemos mais atenção se estamos gostando ou não da atual versão de nós mesmos.
E a respeito do mundo, eu não tenho gostado do que ele vem se tornando. Você pode dizer que ele já foi pior do que é nos dias de hoje. E eu concordo. Mas também acredito que ele também poderia estar melhor. Bem melhor. Sabe aquele nível utópico em que todos se amam? Poderíamos estar vivendo dessa maneira, se quiséssemos.
Talvez eu pense da mesma maneira que o John. É errado querer a paz mundial em meio a tantas guerras? Pode ser que sejamos iludidos demais a respeito da humanidade, mas eu me recuso a deixar de acreditar.
O ser humano é uma caixinha de surpresas. Existe um mundo inteiro cheio de possibilidades dentro de cada um de nós. Da mesma forma que podemos odiar um desconhecido, também podemos amá-lo. Tudo depende do contexto e do ponto de vista escolhido.
Eu acredito que a paz seja possível. Em uma cidade, em um país, entre povos. Não importa o quão ruim seja a sua realidade, a violência não é a saída para torná-la melhor. Pelo contrário, apenas te consumirá por inteiro. Dos pés a cabeça.
Eu não culpo o dinheiro, a religião ou a cultura. A culpa é como aquele jogo de batata quente. Sempre queremos empurrá-la para a pessoa ao nosso lado, antes que ela exploda nas nossas mãos. Mas o que acontece quando ela explode no seu colo?
Você é culpado ou vítima? Deixa a sorte resolver isso. É só jogar um dado para cima e esperar o resultado. Se você for culpado, fuja. Se for vítima, seja acolhida pela mídia. Talvez a verdade que ninguém quer ouvir seja que todos somos o que queremos ser.
Em um mundo em que a maioria quer o pior para o outro, temos assistido de camarote o show de vidas sendo atiradas para os cantos mais profundos da nossa TV. Imagina o que seria dele, se considerássemos mais as pessoas?
Eu sei que o ódio está em todos os lugares. Mas o amor também está. Tudo é questão de procurar e escolher. Só imagina, vai.
Foto: We Heart It
Texto: Carol Chagas
Eu sei que o ódio está em todos os lugares. Mas o amor também está. Tudo é questão de procurar e escolher. Só imagina, vai.
Foto: We Heart It
Texto: Carol Chagas
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