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O Perfeito a Não Ser Feito

Certa vez me disseram que quando a gente aprende algo, é legal passar esse conhecimento adiante. Seja para um amigo ou para um total desconhecido. Ultimamente, tenho aprendido muito. Sobre as pessoas e, consequentemente sobre mim.

Eu sempre tive uma visão iludida sobre a vida. Na minha cabeça, as coisas deveriam ser perfeitas (culpo os filmes por isso). De algum jeito, eu esperava que tudo que me acontecesse fosse bom e maravilhoso. Entraria em uma faculdade perfeita, encontraria uma pessoa perfeita e escolheria uma profissão perfeita.

Esse modo perfeição funcionou muito bem por um tempo, até eu me dar conta de que nada iria sair como eu planejava. Nada mesmo. Eu até poderia escolher qual caminho eu seguiria, mas não poderia controlar pra onde ele me levaria.

É claro que a vida é recheada de escolhas nossas, conscientes ou não, mas o modo e o momento que as coisas acontecem apenas não estão no nosso controle. Destino, Universo, Deuses, você escolhe.

Quando comecei a assistir How I Met Your Mother, odiei o personagem Ted profundamente. Ele me lembrava de tudo aquilo que eu já havia sido um dia, com todo aquele desespero em encontrar alguém. O fato de ele acreditar que existia uma, apenas uma pessoa que o faria feliz e que seria a certa, me deixava desconcertada.

Descobri que não existe uma, mas várias pessoas certas que se encaixam em cada fase da nossa vida. Tudo depende do que estamos procurando. Já quis alguém que me desse segurança, como também já quis alguém que fosse completamente inconstante.

Já procurei relacionamentos que fossem sérios, como também já procurei não me apegar a ninguém. Procurei uma coisa diferente em cada fase da minha vida. E em cada uma delas, encontrei pessoas certas para isso.

Mas esse é o meu ponto, eu tenho apenas 18 anos e já mudei muito de opinião. Então, como posso esperar que exista um alguém que se encaixe em tudo o que eu procuro durante toda a minha vida se eu mal sei o que eu quero no momento?

A fase daquela garota que procurava a perfeição em todas as coisas já terminou há uns bons anos (ainda bem!). O fato de eu ter mudado e continuar mudando só prova que o nosso conceito de “perfeito” e “certo” é incrivelmente mutável.

O seu eu de hoje vai ser inteiramente diferente do seu eu do futuro. Criar um roteiro pra sua vida e esperar que ela saia como o planejado é desperdício de tempo e energia. 

Viver o agora e ver como as coisas realmente são e não como deveriam ser, parece ser o certo a se fazer no momento. Pelo menos pra mim. Não sei se essa é uma mudança de perspectiva permanente ou apenas mais uma fase passageira. Por enquanto, a perfeição está banida do meu dicionário.

PS: HIMYM tem me ensinado que o tempo transforma a gente (e os relacionamentos) constantemente, e que estamos sempre á procura de algo que seja o certo para nós, mesmo que a gente mude de opinião depois. Ah, e sobre o Ted, eu não o odeio mais, okay? Depois do seu amadurecimento, ele é um dos meus personagens favoritos, apesar de ele continuar obcecado em achar alguém hehe. 

Foto: We Heart It
Texto: Carol Chagas

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