Por mais que o mundo diga que é preciso se arriscar em relação aos sentimentos, meus pés (bem grudadinhos no chão) não conseguem seguir tão facilmente esse conselho. Minha natureza desconfiada não deixa.
É como se eu fosse aqueles juízes que precisam decidir se alguém é culpado ou inocente. Preciso de fatos concretos, de provas. E isso ninguém pode me dar. Então, eu fico simplesmente aqui parada. Consumida pela dúvida. Entre quem você realmente é e o que falam de você.
Já cometi o mesmo erro e me lembro claramente de prometer a mim mesma para não ouvir mais as vozes alheias. Mas tá difícil. O medo de me machucar fala mais alto. Eu sei que é besteira, eu posso aguentar. Porém a facilidade de fugir é tão mais fácil.
Tô com medo de pagar pra ver. E não gostar nem um pouco disso. Vai ensinar? Vai. Mas será que eu preciso aprender tanto assim? Diz que não. Já dizia Jout Jout: "O ser humano sofre com a ideia de um sofrimento futuro, por medo de sofrer, sofrendo o triplo do esperado."
É culpa minha. Eu tenho mania de intensificar as coisas. Coloco sentimento demais em superfícies. O que faz com que a pouca profundidade transborde. Tá tudo na cabeça. A gente sofre porque na nossa mente, criamos uma história com base num parágrafo. A imaginação voa longe.
Achei que eu já fosse capaz de controlar o que eu sinto, não me importar com as circunstâncias. Mas eu me importo. Da última vez, eu não me importava nem um pouco e também não deu certo. Por um mundo onde eu consiga confiar mais. Em mim mesma e nos outros. E consiga dormir sem dúvidas. Me importar sem receios.
Foto: We Heart It
Texto: Carol Chagas
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