Estava conversando com uma amiga, até que ela me contou sobre um livro, onde um determinado personagem não possuía sentimentos. Porém, com o passar da história, ele começava a sentir algo. E a primeira das emoções, foi a vergonha.
E conforme ela ia enumerando cada uma deles (que o personagem ia sentindo), algo me veio a mente. Quando estava na pré-adolescência ou na adolescência, lembro-me de ser tomada pelo sentimento da vergonha. De andar de mãos dadas com os pais, de usar determinadas roupas, de falar sobre alguns assuntos.
E quando criança, não sentia nada disso. Tristeza, Medo, Raiva, Amor, Vergonha simplesmente não faziam parte do meu vocabulário e do meu coração. Apenas sentia tédio quando não fazia nada. Acho que esse era o único sentimento constante.
O que eu quero dizer é que, acredito que quando somos crianças, não sentimos nada. E conforme vamos crescendo, somos tomados por emoções. E experimentando uma a uma, vamos nos tornando quem somos hoje.
Talvez sejamos anestesiados durante a infância, e este deve ser o motivo de sentirmos tanta falta dela. É tão mais simples não sentir tantas coisas ao mesmo tempo. E esse tempo de anestesia poderia ser um presente e ao mesmo tempo um preparo para o que nos espera. Já que aos poucos, toda essa carga emocional começa a fazer parte da nossa vida.
Isso também explica porque as crianças são tão sinceras. Digamos que elas não se preocupam em falar algo errado, ou até mesmo em como você irá se sentir com suas palavras. Portanto, não tem o que temer. Isso também explica porque existe muito bullying nessa idade com o que é diferente.
Ah e os questionamentos? A maioria deles são feitos na infância, para que o corpo se situe á respeito do mundo ao seu redor, antes que as emoções adentrem em sua vida e façam com que ele crie uma ideia errada do que acontece.
A próxima vez que você ver uma criança, pergunte-se se ela está conscientemente no mesmo ambiente que você. Provavelmente não. Ela estará pensando sobre algo, que nem você, nem ninguém poderá descobrir. Até mesmo porque ela não será capaz de explicar. Ou seja, nunca iremos saber o que se passa nas mentes infantis. Infelizmente todos nós esquecemos o que pensávamos antes dessa maré de sensações invadir o nosso corpo, mente e coração.
Talvez essa crença nos incentive a utilizar esse novo desafio (a presença de sentimentos) a evoluir. A buscar sempre a melhor versão de nós mesmos.
*Lembrando que essa é uma teoria, pra lá de conspiratória, inteiramente baseada na minha mente. Ou seja, sem qualquer fundamento.
Texto: Carol Chagas
Foto: We Heart It
Texto: Carol Chagas
Foto: We Heart It
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