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Eu escolho o agora.

Eu costumava ser uma pessoa ansiosa. Do tipo que quando era chamada para fazer algo (um evento, um rolê, uma volta), criava mil e uma situações que poderiam acontecer e como eu deveria reagir a cada uma delas. 

Eu chamava isso de preparação mental e o fazia toda vez que saía de casa. Sendo assim, era um tanto quanto estressante e exaustivo pra mim sair. Pra qualquer lugar. 

E por muitos anos, eu acreditei que eu era uma pessoa introvertida/tímida justamente porque passar meu tempo em casa significava não receber a tonelada de estresse que eu recebia antes de ir lá fora. No ano passado, mudei de cidade e naturalmente, muita coisa mudou aqui dentro. 

Sair de casa passou a ser algo tão constante, que se tornou natural. Eu quebrei um hábito que agora vejo que só me fazia perder oportunidades. De conhecer pessoas, lugares e vivenciar experiências diferentes. 

Essa mudança aparentemente tão pequena funcionou como um efeito em cadeia dentro de mim. Ela me fez ver as coisas como elas são. Sem pressa, sabe? Enxergar tudo que existe de verdade e não o que eu gostaria que acontecesse. 

Não tenho certeza (e acho que nunca vou ter), mas acho que isso é viver. Um dia e um momento de cada vez. Confesso que a cada virada do calendário (oi fevereiro, tudo bom com você?), a sensação de paz só aumenta aqui dentro. 

Por muito tempo, busquei essa leveza e hoje posso dizer que finalmente a encontrei onde eu menos esperava. Em mim mesma.

- É engraçado como às vezes nós apenas encontramos as coisas. 

Texto: Carol Chagas
Foto: Gabriel Marins


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