Dizem que liberdade é um estado de espírito. Mas eu costumo compará-la a um sentimento. Se sentir livre é uma conquista. Das grandes. Se libertar de amarras que você mesmo criou é uma das coisas mais libertadoras a se fazer (foi redundante? haha).
Se desprender de sentimentos, pessoas e ideias que não te pertencem mais é difícil, mas vale a pena. Acho que tudo é questão de perspectiva. De saber o que você quer e fazer o que precisa para consegui-lo. De vez em quando, a gente tenta se agarrar ao máximo a nossa zona de conforto e em tudo que nela existe.
Quase como se essa caixa onde a gente se esconde fosse um bote salva-vidas e nós precisássemos dela para não nos afogar. Mas a questão é: precisamos mesmo nos agarrar a algo se sabemos nadar?
Se já possuímos dentro de nós mesmos o necessário para sobrevivermos, por que é que insistimos em nos limitarmos dentro de um recipiente?
Acho que esse tipo de atitude nos ilude, fazendo com que a gente acredite que a vida se tornará mais fácil se nos agarrarmos a uma superfície sólida enquanto experimentamos a instabilidade da água.
O que parece simples, logo se complica no momento em que percebemos que somos totalmente dependentes daquela estrutura inflexível. Nos tornamos um apêndice daquilo que era nossa proteção. É como se escalas fossem invertidas e o seu continente se tornasse menor que seu país.
Por mais que seja difícil sair desse espiral de conforto desse bote que prende nossas vidas, a gente precisa tentar. Ir para um lugar desconhecido, sair com quem não conhecemos, aprender algo que não sabemos, enfrentar algum medinho que permanece em nossa mente.
Essas são apenas algumas das formas de esvaziar essa embarcação inflável. Um sopro de cada vez, até que ela exploda.
E antes que você entre em pânico e peça socorro para o navio mais próximo, tente nadar um pouco, sabe? Tenta sobreviver com o que você tem sem procurar a ajuda alheia instantaneamente.
Que tal se comportar mais como a pessoa que você quer ser e menos como a pessoa que você já foi um dia?
Foto: We Heart It
Texto: Carol Chagas
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qual foi a última coisa que você comeu?